sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Fractura
Ando a tentar descobrir o que me move nos dias que correm, o que sou, o que quero. É uma tarefa árdua começar de novo em tão pouco tempo. O corpo humano é incrível, sinapses transmitem informação, o pensamento forma-se. Tenho tentado descobrir o segredo da imunidade, tentar recriar o evento para questões do sentimento. Quem é que disse que era o pensamento que controlava o sentimento? O coração é um músculo, não sente..já dizia a outra da televisão, mas bem que funciona descontroladamente quando quer, só porque lhe apetece, só porque sim, movimentos descompassados, espasmos violentos. Ando a tentar descobrir quem sou eu se retirar o coração da equação, quem sou eu fora o sentimento. O comandante só me levanta mais questões como se não soubesse trabalhar sozinho, sempre envolto em mistério, trabalha em simbiose com o outro, o que quero evitar. Raio do coração, um músculo dizem eles, é um fardo, só confunde, baralha o sistema. A minha coordenação não passa de uma tentativa falhada, ambos trabalham a tempos diferentes. Unipasso? Palavra desconhecida. Um precisa de mais combustível, de mais oxigénio, quiçá de um conhecido da epinefrina para funcionar melhor, acompanhar o passo do outro. O meu alento é o dom de recuperação do corpo, a sua imensidão de capacidades. Fora a ciência, a matemática e a filosofia, com uma nota de esperança, eu vou entrar em sintonia com algo maior, que me preencha e me diga quem sou. "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Eu no fundo ainda cá estou no meio do caos é apenas uma questão de me encontrar. Tempo.