sábado, 15 de maio de 2010

Azul

Dos teus olhos azuis lembro-me pouco quando me concentro nos teus lábios, traço-lhes o contorno com os dedos e assim fico em círculos infinitos de pele, sangue e músculo. Vejo neles hipóteses, outras mulheres e mentiras. Eu deito-me com todas elas e o relógio pára. Finalmente cerro os olhos, quase de cor tão carmim quanto os teus lábios, e entorpeço. É na escuridão que me lembro dos teus olhos, pinto-lhes a cor, dou-lhes forma, vejo neles a verdade que me conforta na consternação. Azul, agora é do azul que me vou lembrando.


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